sábado, 18 de outubro de 2008

CHAPADA DO ARARIPE - PARTE II


Após ler o cordel de Peron, fiquei pensando sobre a Chapada do Araripe. Uma importante área ambiental há tempos vive um grande dilema: capitalismo X meio ambiente.
A Chapada do Araripe está localizado entre os estados do Pernambuco, Ceará e Piauí precisamente na Depressão Sertaneja onde apresenta o relevo residual esculpido em sedimentos do período Cretáceo.
Este planalto é palco de inúmeros estudos geológicos já que possui um rico solo, água, vegetação do tipo caatinga e cerrado, fauna diversificada e fósseis que datam milhões de anos.
A junção de todos esses fatores levou o homem a explorar desordenadamente a Chapada do Araripe e a utilizar da mão-de-obra local de forma barata.
O local necessita de fiscalização, mas como tudo no nosso país é lento, ainda faltam muitas interações dos diferentes órgãos para preservação da área. Mais uma parte do Nordeste esquecida pelo governo e pela imprensa!
Tombar a Chapada do Araripe como Geoparque não basta, pois os problemas vão mais além do que os olhos podem ver. É preciso mais incentivo a estudos do que implantação de indústrias de gesso (a gipsita e o calcário são bastante explorados e ocasionam grandes prejuízos ambientais, como a extração da vegetação nativa para abastecer os fornos).
Penso que o avô de Peron foi feliz por ter conhecido a Chapada do Araripe de uma forma que não conhecemos hoje e que jamais iremos conhecer. Porém, cabe a nós nordestinos denunciar, cobrar medidas mais concretas e nunca perder a esperança de ver um lugar tão importante que levou anos para se formar acabar em poucas horas.



sábado, 11 de outubro de 2008

pequenas partes do CORDEL de JOÃO PERON



"O Homem Que Mexeu Com A Natureza"


Na Chapada do Araripe Meu avô sempre dizia Que nos tempos passadosNos anos cinqüenta seriaTinha lá uma nascente Dessa água todos bebia...


Ao redor dessa nascente Cheia de flores coloridasMuitos bichos da regiãoVinham fazer suas bebidasVovô disse que a água Dava vida a muitas vidas...

(...)

Naquelas terras moravam Há muito tempo moradores O fazendeiro expulsou todos Com seus pequenos valores E ao redor do lago botou Trabalhando dois tratores...

(...)

A lagoa estava tão seca Que a terra estava rachadaOs bichos foram emboraAs árvores todas cortadasPra mim ser bem sinceroNão existia era mais nada...


(...)

Nunca saiu de minha cabeça Fiquei sempre me lembrandoQuando fecho meus olhos Eu vejo vovô cantandoAo terminar a históriaVovô sempre está chorando.