Após ler o cordel de Peron, fiquei pensando sobre a Chapada do Araripe. Uma importante área ambiental há tempos vive um grande dilema: capitalismo X meio ambiente.
A Chapada do Araripe está localizado entre os estados do Pernambuco, Ceará e Piauí precisamente na Depressão Sertaneja onde apresenta o relevo residual esculpido em sedimentos do período Cretáceo.
Este planalto é palco de inúmeros estudos geológicos já que possui um rico solo, água, vegetação do tipo caatinga e cerrado, fauna diversificada e fósseis que datam milhões de anos.
A junção de todos esses fatores levou o homem a explorar desordenadamente a Chapada do Araripe e a utilizar da mão-de-obra local de forma barata.
O local necessita de fiscalização, mas como tudo no nosso país é lento, ainda faltam muitas interações dos diferentes órgãos para preservação da área. Mais uma parte do Nordeste esquecida pelo governo e pela imprensa!
Tombar a Chapada do Araripe como Geoparque não basta, pois os problemas vão mais além do que os olhos podem ver. É preciso mais incentivo a estudos do que implantação de indústrias de gesso (a gipsita e o calcário são bastante explorados e ocasionam grandes prejuízos ambientais, como a extração da vegetação nativa para abastecer os fornos).
Penso que o avô de Peron foi feliz por ter conhecido a Chapada do Araripe de uma forma que não conhecemos hoje e que jamais iremos conhecer. Porém, cabe a nós nordestinos denunciar, cobrar medidas mais concretas e nunca perder a esperança de ver um lugar tão importante que levou anos para se formar acabar em poucas horas.